Estratégias de Aprendizagem de Vocabulário: Introdução

No post anterior, tentei explicar um pouco sobre a diferença entre vocabulário ativo e passivo para que você pudesse entender um pouco sobre o processo de aprender vocabulário, que não é simplesmente automático, mas evolui à medida que se passa a ter contato com a língua e com as palavras que se está estudando.

Nada melhor, portanto, do que entender um pouco sobre as estratégias de aprendizagem e como elas podem auxiliá-lo no estudo do vocabulário, pois é inegável que as diferenças de uso de tais estratégias pelos alunos influenciam diretamente a sua aprendizagem. Da mesma forma que o professor pode auxiliar a aprendizagem, adotando estratégias de ensino adequadas aos seus objetivos, os alunos também podem otimizá-la, dependendo do uso que fazem de suas próprias estratégias.

Mas o que são “estratégias de aprendizagem”? A definição de que mais gosto é a utilizada pela linguista americana Rebecca Oxford que define estratégias de aprendizagem como “ações específicas realizadas pelo aprendiz para fazer sua aprendizagem mais fácil, mais rápida, mais agradável, mais auto-direcionada, mais efetiva e mais transferível para novas situações”.

Oxford divide as estratégias de aprendizagem em dois grandes grupos: as diretas e as indiretas. As estratégias diretas são aquelas, como o próprio nome diz, diretamente relacionadas ao processo de aprendizagem em si e são divididas em 3 categorias: estratégias de memória, estratégias cognitivas e estratégias de compensação. Já as estratégias indiretas são aquelas que auxiliam no processo de aprendizagem, mas que não estão circunscritas apenas ao processo de aprendizagem, envolvendo: estratégias metacognitivas, estratégias afetivas e estratégias sociais.

Tanto como consultor de língua inglesa, quanto como pesquisador em Linguística Aplicada, verifico que o desconhecimento das estratégias de aprendizagem por parte dos alunos faz com que eles não consigam empregar de maneira consciente e autônoma as estratégias disponíveis durante o seu estudo. Isso faz com que muitos tenham dificuldade de aprendizagem por se limitarem ao uso de uma única estratégia que, na maioria das vezes, é a tradução das palavras da língua estrangeira para o português.

Embora essa estratégia de tradução seja importante e possa ser utilizada, ela se torna um fator limitante da aprendizagem quando ela se torna a única estratégia, pois, em vez de ser empregada de maneira verdadeiramente estratégica quando traduzir a palavra seria realmente a melhor estratégia para aquele tipo de vocabulário, ela acaba sendo utilizada irrestritamente e faz com que o aluno só consiga reconhecer a língua estrangeiro pela sua própria língua. Todos que já estudaram uma língua e ficaram apenas traduzindo para conseguir aprender sabem como isso é realmente limitante, pois não ativa todos os recursos de aprendizagem que temos.

Com esta introdução, espero que tenha conseguido explicar um pouco sobre o que são essas estratégias de aprendizagem e de reforçar como podem ser importantes para a aprendizagem de línguas e, consequentemente, do vocabulário também. A seguir, passarei a detalhar cada uma das estratégias diretas e indiretas e a dar algumas dicas práticas para os estudantes utilizá-las em sala de aula! Acompanhe o próximo post!

Estudando vocabulário: receptivo vs. produtivo

Como minha pesquisa de mestrado abordou a questão do vocabulário na produção oral dos alunos de língua inglesa e constatei que um dos motivos pelos quais os alunos acabam tendo muita dificuldade na conversação é a falta de um vocabulário produtivo suficiente para sua interação, decidi dedicar alguns posts para ajudar os leitores a conhecerem um pouquinho a respeito dos estudos sobre vocabulário para que possam entender melhor seu processo de aprendizagem.

A distinção entre vocabulário receptivo e produtivo (ou passivo e ativo) é uma das primeiras diferenciações feitas pelas pesquisas sobre ensino e avaliação de vocabulário. O uso do vocabulário receptivo envolve o reconhecimento da forma de uma palavra ao lê-la ou ouvi-la, e a recuperação de seu significado; enquanto que o uso do vocabulário produtivo pressupõe querer expressar um significado em particular por meio da escrita ou da fala, a recuperação e produção da forma escrita ou falada apropriada da palavra.

Embora útil do ponto de vista prático para diferenciarmos nossas estratégias para estudar o vocabulário, muitos pesquisadores, assim como eu, defendem que essa dicotomia não está bem definida. Melka Teichroew, um grade pesquisador da área, sugere que a distância que separa a recepção da produção poderia ser dividida em vários estágios, começando pela imitação ou reprodução sem assimilação, passando pela compreensão ou reprodução com assimilação e terminando com a produção. Esses estágios não são restritos ou exaustivos, ou seja, pode haver outros estágios intermediários entre eles. Para ele, essa imagem de numerosos estágios interrompendo a linha de produção e recepção sugere uma nova maneira de ver a distância entre produção e recepção.

Nesta mesma linha, Blachowicz e Fisher utilizam uma metáfora interessante e comparam a aprendizagem de vocabulário a um dimmer de luz. Inicialmente o aluno desconhece a palavra (escuridão) e, aos poucos, vai intensificando seus conhecimentos sobre ela, até chegar o ponto em que ele a domina completamente (claridade).

Esses dois pesquisadores nos mostram a complexidade do processo de memorização de vocabulário para a produção oral. Enquanto aluno, tendo consciência disso, é possível ver o seu processo de aprendizagem de vocabulário por uma perspectiva mais ampla, não se desmotivando imediatamente ao não conseguir usar em um diálogo uma palavra que “conheceu” na aula anterior. Muito pelo contrário, essa conscientização deveria lhe dar mais motivação para estudar regularmente o vocabulário aprendido para que possa fazer com que haja a evolução nesses estágios.

Mesmo entendendo a aquisição do vocabulário como um processo contínuo do receptivo ao produtivo, a produção continua existindo como estágio final, sendo, portanto, o mais complexo nível de conhecimento de uma palavra. Você mesmo já deve ter percebido que temos muito mais dificuldade no momento da produção do texto (seja ele oral ou escrito) do que no momento que devemos apenas compreender um texto (seja lendo-o ou ouvindo-o). Da mesma forma que isso acontece na língua materna, também percebemos sua ocorrência na língua estrangeira. É por isso que geralmente nosso vocabulário receptivo em qualquer língua é muito maior do que o nosso vocabulário produtivo, ou seja, entendemos muito mais palavras do que as que usamos para nos expressar no nosso dia a dia.

Lembre-se de que é necessário que haja bastante empenho e contato com a língua para que seu vocabulário caminhe nesse continuum do conhecimento até chegar no estágio produtivo, que será o estágio em que conseguirá usar as palavras na conversação. Além disso, a abordagem adotada pelo seu professor também pode favorecer o desenvolvimento do seu vocabulário produtivo, uma vez que ele pode optar pela utilização de estratégias que tenham como foco a produção, e não apenas a recepção, como é mais comum.

Portanto, fique atento às estratégias que tem utilizado para estudar vocabulário para ver se elas realmente são focadas na produção (falar ou escrever) ou apenas na recepção (ouvir ou ler). Isso fará a diferença no seu resultado final. Em um próximo post, abordarei a questão das estratégias de aprendizagem de vocabulário.

Brasil cai no ranking de proficiência em língua inglesa

Na semana passada, foram divulgados os dados de 2012 do EPI (English Proficiency Index), que é um relatório que busca estabelecer um ranking internacional sobre o nível de proficiência em língua inglesa da população de 54 países, com base numa amostra de mais de 2 milhões de pessoas. O EPI possui 5 classificações de proficiência que variam de “proficiência muita alta” a “proficiência muito baixa”, passando por proficiência “alta”, “moderada” e “baixa”.

É muito triste ver o Brasil ocupando apenas a 46º posição neste ranking, que é realizado pela maior empresa de educação de línguas estrangeiras do mundo, a EF Education First (para mais detalhes sobre o ranking, acesse o site da própria EF (http://www.ef.com.br/epi/) ou leia a reportagem da Folha de São Paulo de ontem (http://migre.me/bot6y)).

Por conta desta classificação tão ruim, a repórter Elaine Quinália do Metro Jornal do Rio de Janeiro entrou em contato comigo para realizar uma entrevista. Aproveito para transcrevê-la abaixo, pois problematiza a questão de alguns dos motivos que levam o Brasil a ter uma classificação tão ruim neste tipo de ranking.

Como professor, você acredita que a metodologia de ensino utilizada pelas escolas no Brasil está ultrapassada?

Infelizmente, na maioria dos casos sim, embora haja grandes e boas exceções. O ensino regular fundamental e médio possui uma metodologia muito estrutural para o ensino de línguas que acaba afastando o aluno e fazendo com que seu interesse seja reduzido. Muitos brasileiros acham inglês difícil sem nunca terem estudado de verdade, mas porque nas aulas da escola tinham dificuldade. No entanto, a dificuldade ocorria justamente em função da metodologia, mas isso nunca é levantado. Há grandes colégios regulares com metodologias mais modernas e foco no uso da língua que conseguem fazer com que seus alunos se tornem fluentes ao longo das séries do fundamental e do médio, ou seja, possível é, mas é preciso reformular as escolas e adequar os métodos. E, sobretudo, preparar os professores para essa nova realidade de ensino de línguas.

Se sim, o que falta para melhorar?

Acho que já acabei abordando essa questão na resposta acima, mas volto a focar na questão do desenvolvimento do professor e na modernização da metodologia de ensino. O aluno hoje tem contato com o mundo em sua casa a partir do seu computador ou em qualquer lugar no qual esteja com seu smartphone. Basta uma conexão para ter contatos com qualquer língua do mundo. Isso é muito recente e não houve uma preocupação pedagógica com esse fenômeno. Mas uma aula para ser interessante para o aluno precisará enfrentar essa realidade e desenvolver suas habilidades e competências para lidar com esse cenário atual.

Na sua opinião as tecnologias (mídias sociais e internet) podem ajudar no aprendizado de um idioma? De que maneira?

Muito, pois é necessário usar a língua. Quanto mais contato temos com o idioma que estamos estudando, mais memorizamos e mais fluentes ficamos. As mídias sociais proporcionam uma interação real com amigos de qualquer parte do mundo. Criar esse vínculo torna a aprendizagem emotiva, pois constroem-se elos com outras pessoas. Isso facilita a motivação e a superação dos obstáculos do processo de aprendizagem. Além disso, a Internet permite que cada aluno possa ler, por exemplo, sobre o assunto de que mais gosta na língua em que estiver estudando. Não é mais necessário ater-se apenas ao que o professor pede para ler, mas é possível personalizar essas escolhas.

E você acha que as escolas estão aproveitando essas mídias da maneira correta?

Muito pouco, embora haja escolas que já tenham incluído, por exemplo, aulas em laboratórios de informática juntamente com a aula de línguas como forma de aproximar esses recursos da realidade do aluno, mas o problema é que, na maioria das vezes, muda-se apenas o cenário e não a prática. Existe uma área de pesquisa em Linguística Aplicada que foca exatamente o processo de ensino e aprendizagem de línguas por meio de novas tecnologias com resultados muito práticos que pode ser incorporado por qualquer escola que tenha interesse de sair do comodismo e aperfeiçoar sua metodologia. Agora é importante ressaltar que não basta apenas levar o iPad e a Lousa Digital para a sala de aula e não transformar também a realidade do professor que será o responsável pelo processo, pois a qualidade desta aula dependerá das habilidades deste professor em atualizar sua prática incorporando os recursos disponíveis a ela e gerando mais oportunidades de interações autênticas.

Entendendo melhor o que é método, metodologia e abordagem

Todo aluno de línguas já deve ter ouvido falar nestes três termos bastante utilizados nas pesquisas em Linguística Aplicada: método, metodologia e abordagem. Como um dos meus objetivos com o blog é tentar aproximar o aluno leigo das discussões teóricas e das pesquisas sobre ensino e aprendizagem de línguas, para que ele possa aproveitar essas informações no aprimoramento do seu processo de aprendizagem e também para que esteja mais bem preparado ao procurar um curso de línguas, tentarei explicar brevemente esses três termos.

Sei que o leitor deve estar achando três termos confusos, mas saiba que, mesmo nos textos teóricos, os termos método, metodologia e abordagem têm se mostrado uma confusão lexicográfica. Há vários autores que os utilizam com significados diferentes, e isso faz com que a utilização de um termo pelo outro ocorra com frequência no mercado de idiomas. Os três principais autores que utilizarei para explicar os conceitos são Anthony, Richards & Rogers e Brown.

Anthony define abordagem como sendo um conjunto de pressuposições relacionadas à natureza da linguagem, da aprendizagem e do ensino; e método como sendo um plano geral para apresentação sistemática da língua baseada em uma abordagem.

Já Richards & Rodgers reformulam o conceito de método proposto por Anthony chamando-o de abordagem. O que era método passa, portanto, a ser chamado de abordagem e método passa a designar um processo superordenado que engloba a abordagem, o desenho e o procedimento. Para eles, método é um termo abrangente que se refere à especificação e inter-relação da teoria e da prática.

Brown salienta que na literatura esses termos são utilizados, na maioria dos casos, com uma conotação que se aproxima mais das definições originais propostas por Anthony, sofrendo apenas alguns acréscimos importantes. Para efeito prático, as definições de Brown são as que tenho utilizado no meu trabalho como consultor de línguas. Assim, o termo metodologia é definido como o estudo das práticas pedagógicas em geral, incluindo questões teóricas e pesquisas relacionadas a essa prática. Abordagem é o conjunto de posições e crenças teóricas sobre a natureza da linguagem e da aprendizagem de línguas, e da aplicabilidade de ambas a contextos pedagógicos. Método é um conjunto generalizado de especificações de sala de aula para atingir objetivos linguísticos determinados, englobando, principalmente, os papéis e o comportamento do professor e do aluno.

Gosto muito de ressaltar na definição de método o que destaquei em itálico acima. Embora o mercado de idiomas em geral reduza o método ao livro didático, percebemos, na prática, que em uma aula de línguas, que é um contexto de interação social, o comportamento do professor e do aluno deve ser o grande foco de um excelente método de ensino.

5 passos para eliminar barreiras e falar inglês fluentemente

A empresa de colocação profissional Catho divulgou nos resultados de sua pesquisa sobre o mercado de trabalho brasileiro que 75% dos profissionais não possuem nem o nível básico de inglês e que apenas 8% dos respondentes da pesquisa afirmam que falam inglês fluentemente. Apesar de termos este número realmente muito baixo de profissionais fluentes no mercado, é perceptível a grande preocupação que existe em “falar inglês fluentemente”, embora muitos nem saibam exatamente o que “falar fluentemente” significa. Muitos confundem o termo “fluente” com “proficiente”. Enfim, é possível ter um nível básico de inglês e mesmo assim conseguir falar fluentemente em todas as situações que este nível permite. Isso dependerá muito da abordagem de estudo que utilizar para aprender o idioma. Por isso, deixe os obstáculos de lado e procure seguir os passos abaixo para que possa falar inglês fluentemente.

1º passo: Entenda as 4 habilidades – Muitos estudantes ficam ansiosos para falar inglês logo, mas não sabem que, dentre as 4 habilidades que são ensinadas nas aulas de línguas, a habilidade de produção oral (falar) é a mais complexa. Uma aula deverá trabalhar todas as 4 habilidades (ler, escutar, escrever e falar) e o aluno desenvolverá estas competências ao longo do curso em ritmos e em graus de proficiência diferentes. Após um ano de estudo, é normal conseguir ler um texto mais difícil, mas não conseguir discutir o mesmo assunto com a mesma complexidade, por exemplo. No entanto, esta dificuldade não deve impedi-lo de realizar essa discussão de uma maneira mais simples, a princípio, dentro das limitações do nível em que desenvolveu a habilidade de falar. Entender que precisamos desenvolver as 4 habilidades e que elas possuem graus de complexidade distintos ajuda a controlar a ansiedade em falar logo da mesma forma que falaríamos em português e que acaba gerando desmotivação e desistência em tornar-se fluente.

2º passo: Entenda o “estresse comunicativo” – Existem certas condições que fazem com que “falar” se torne um momento bastante estressante. Ao falar, geralmente, não temos muito tempo para pensar (como temos quando escrevemos, por exemplo), nem a possibilidade de consultar nossas anotações e referências. Por isso, é importante buscar situações comunicativas em que seja possível reduzir um pouco esse “estresse” e sentir-se mais confortável para que possa praticar a oralidade com mais confiança.

3º passo: Foque no “uso” da língua em vez de focar na “forma” – Quando você conversa em português você fica pensando na conjugação do verbo no pretérito imperfeito antes de falar? Claro que não! Então por que ao falar em inglês quer saber exatamente a conjugação correta, a preposição certa, a ordem exata das palavras na frase? É muito comum ouvir os alunos dizerem que não conseguem falar inglês porque não conseguem “formar as frases”. Talvez seja exatamente esse enfoque excessivo em “formar as frases” que faça com que o processo não fique natural e que não consiga falar de verdade. Usar a língua é muito mais importante do que falar tudo certinho. Mesmo que no início fale com erros gramaticais e lexicais, à medida que for ganhando fluência e conforto no uso da língua será capaz de corrigir-se e aprimorar sua precisão linguística. Só não deixe que acabe ficando mudo em busca do desejo de falar perfeitamente. Arrisque-se.

4º passo: Pare de pensar em português – Estudos recentes de neurociência indicam que o processo cognitivo para a aprendizagem de línguas é extremamente complexo. Além disso, já se mapearam as áreas do cérebro que são utilizadas ao falarmos e sabe-se hoje que a área utilizada para armazenar as informações ao aprendermos uma língua estrangeira não é a mesma que utilizamos para armazenar nossa língua materna. Isso significa que ao aprender uma nova língua traduzindo tudo para o português ou ao ter que pensar em português antes de falar alguma coisa na língua estrangeira estará utilizando dois processos em vez de um só, sobrecarregando-se e tornando ainda mais difícil e complexa a tarefa. Por isso, tente associar o que aprende ao que já sabe na própria língua estrangeira e procure pensar diretamente na língua inglesa ao falar esta língua.

5º passo: Reconheça o seu filtro afetivo – Nossas emoções afetam nossa produção em língua estrangeira e nosso processo de aprendizagem. Realmente não poderia ser diferente e, embora pareça muito óbvio, a maioria dos alunos desconsidera este aspecto durante seu próprio processo de aprendizagem. Dentre as emoções que sentimos, podemos destacar 3 que podem ajudar bastante a falar fluentemente, caso consiga percebê-las e mantê-las em nível favorável à aprendizagem: motivação, autoconfiança e ansiedade.  Quanto maior a motivação e a autoconfiança e mais baixa a ansiedade, melhor para o processo de produção oral de uma língua estrangeira.

Espero que esses passos simples possam ajudá-lo a entender um pouquinho sobre o processo de aprendizagem de línguas e auxiliá-lo nesta tarefa de se tornar um falante fluente em inglês. Fique à vontade para escrever se tiver dúvidas ou comentários.

O cérebro e a aprendizagem de línguas

Escrevo este post com o objetivo de compartilhar uma reportagem que li hoje no site da Revista Exame e que diz que “aprender idiomas de forma intensiva faz o cérebro crescer”. A reportagem se refere a um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Lund, que foi publicada na revista NeuroImage, e pode ser lida na íntegra no site da revista online (http://abr.io/5DD2).

Com o avanço das pesquisas em neurociência, muitos pesquisadores têm buscado entender o funcionamento do cérebro para a aprendizagem de línguas e muitos avanços têm sido feitos nesta área. Hoje se sabe, por exemplo, que quando aprendemos nossa língua materna, a região do cérebro que memoriza estas informações é diferente daquela que usamos para processar as informações sobre nossa aprendizagem de uma língua estrangeira. No entanto, pessoas bilíngues, que possuem duas línguas maternas, aprendem as duas utilizando a área responsável pela língua materna.

O fato para o qual gostaria de chamar a atenção sobre o estudo  publicado na NeuroImage é a constatação de que o processo de aprendizagem de línguas é extremamente complexo e exige muitíssimo do nosso cérebro. Outros estudos realizados com pacientes que sofrem do mal de Alzheimer corroboram para provar esta complexidade. O artigo da pesquisadora Clara Moskovitz publicado no portal LiveScience (http://migre.me/b5JeS) conclui que os pacientes bilíngues desenvolvem mais tardiamente os problemas de perda de memória relacionados à doença, indicando que falar uma outra língua protege o cérebro da doença.

Trazendo a problemática para nosso contexto de ensino e aprendizagem de línguas, sabemos que muitos brasileiros se sentem bastante desmotivados ao enfrentarem as dificuldades inerentes ao processo de apender uma nova língua e uma grande maioria acaba desistindo antes de atingir o nível de proficiência desejado. Podemos utilizar os resultados destes estudos como um estímulo para estudarmos outras línguas, pois, além de ser importante profissional e culturalmente, ajudamos nosso cérebro. Mas não se engane, será um processo complexo! Esteja preparado e busque profissionais preparados para auxiliá-lo neste processo.

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Small Giants Community

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Conheci a comunidade internacional Small Giants há exatamente dois anos. Posso dizer que foi amor à primeira vista! A oportunidade de conhecer este grupo foi intermediada por Raul Candeloro, que conheceu o grupo nos EUA e trouxe sua filosofia para o Brasil. Fazer parte deste grupo tem sido extremamente valioso para mim e tem feito com que o crescimento da minha empresa ocorra da maneira em que realmente acredito, desafiando alguns dogmas dos cânones da administração de empresas. Por isso, decidi por compartilhar esta experiência com todos.

O princípio fundamental do grupo é sua definição de sucesso. Para um pequeno gigante, sucesso não é medido apenas pelo balanço da empresa, ou seja, pelo lucro que ela gera, mas sim pela contribuição que esta empresa gera à sua comunidade, pela sua dedicação em oferecer um atendimento de excelência aos seus clientes e pela criação e preservação de uma cultura de trabalho de excelência também. Enfim, não é o que fazem, mas quem são!

Pode-se dizer que esta comunidade teve sua gênese com a publicação do livro Pequenos Gigantes: as armadilhas do crescimento empresarial (por quem soube escapar delas) do editor da revista Inc. Bo Burlingham lançado nos Estados Unidos em 2006 e publicado pela Editora Globo no Brasil em 2007. No livro, o autor descreve 6 características em comum nas empresas que ele analisa – características consideradas únicas e inspiradoras que compõe o chamado mojo:

  • Possuir líderes que sabem quem são, o que querem do seu negócio e porquê;
  • Ser altamente envolvida com a comunidade em que a empresa está inserida;
  • Manter uma relação próxima, com vínculos pessoais, com clientes e fornecedores;
  • Praticar uma cultura de intimidade, que se preocupa em “cuidar das pessoas na totalidade de suas vidas” e em compreender mutuamente as responsabilidades dos proprietários e dos colaboradores;
  • Possuir líderes que sejam verdadeiramente apaixonados pelo que fazem;
  • Ter um modelo de negócios sólido e preocupar-se em proteger suas margens.

Fundada em junho de 2009 pelo pequeno gigante, CEO da The Beryl Companies, Paul Spiegelman para divulgar, implementar e desenvolver o conceito de mojo nas empresas,  a comunidade busca atingir este objetivo ajudando a definir por meio de reflexões o que pode determinar o sucesso para líderes de pequenas empresas, promovendo fóruns para a construção de relações profissionais com outros empresários que também busquem mojo nas suas empresas e facilitando o acesso a treinamentos, materiais de estudo, conferências e visitas a empresas com a mesma filosofia. Desde 2011, organiza também o Small Giants Summit, um evento internacional com empresários de vários países que se reúnem para discutir e refletir sobre esta filosofia de negócios.

Tenho tido a oportunidade de me envolver plenamente com este grupo, que é extremamente aberto e receptivo a novos membros com as mesmas preocupações. Os eventos que a comunidade realiza são muito intimistas e seguem a filosofia de gerar mojo durante os dias em que ficamos reunidos. Tanto ano passado em Konstanz na Alemanha quanto neste ano em San Francisco nos Estados Unidos, pudemos ter contato direto não só com os fundadores e líderes da comunidade, mas também com suas famílias e com outros membros extremamente focados em desenvolver um lugar especial para se trabalhar e fazer negócios. Essa troca é riquíssima e seu valor inestimável.

Para receber a newsletter da Small Giants Community, basta se cadastrar em www.smallgiants.org. Por ser uma comunidade internacional, a língua oficial é o inglês. Portanto, se não for fluente no idioma, aproveite para conhecer melhor a proposta da CCLi Consultoria Linguística (www.cclinet.com.br) e desenvolva sua fluência com uma empresa que se esforça para ser uma autêntica pequena gigante!

Espero que se sintam tão inspirados quanto eu ao conhecer esta maravilhosa comunidade!

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Afinal, o que é consultoria linguística?

Recentemente, fui convidado pelo jornalista Fabiano Ferreira, editor da Revista Gente & Negócios, lançada em agosto em São José do Rio Preto, para ser o colunista da revista escrevendo sobre minha área de atuação. O desafio foi aceito e coloco aqui o artigo da edição de agosto!

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             Antes de começar a discutir propriamente sobre o que é consultoria linguística, gostaria de reforçar a satisfação que estou tendo com essa oportunidade aberta pela revista Gente & Negócios para escrever artigos que tragam informações importantes sobre a área de línguas para profissionais e para empresas. Espero, assim, poder contribuir ao trazer conhecimentos importantes sobre essa área pela qual sou apaixonado. Fique à vontade para interagir comigo por e-mail, dando sugestões e enviando dúvidas também.

O tema deste artigo é a pergunta que mais costumo ouvir no meu dia a dia: o que é consultoria linguística?Como fui pioneiro em trazer para a nossa região o conceito de consultoria na área de línguas, sinto-me na obrigação de explicar, sempre que possível, o que vem a ser isso exatamente.

Na verdade, é algo muito simples, apesar da sua complexidade de atuação.  Como em qualquer outra área, a consultoria linguística é uma profissão de ajuda. A pesquisadora Canutti define bem esse trabalho como sendo uma prestação de serviços, realizada por um profissional extremamente qualificado e conhecedor  do tema. Além disso, ela reforça que esse trabalho deve ser feito por meio de diagnósticos e processos para levantar as necessidades do cliente, identificar as soluções e recomendar ações.

O papel do consultor é, portanto, atingir o resultado em sua área de expertise por meio de uma outra pessoa. O consultor nunca é o foco do seu próprio trabalho, pois o papel dele é o de transformar processos e pessoas para que se tornem independentes dele. Sua formação deve ser bastante aprofundada na sua área de atuação para que possa fazer diagnósticos precisos e elaborar projetos eficazes para seus clientes.

Todo trabalho de consultoria possui suas etapas bem definidas e projetos adequados às especificidades de cada contexto. Dessa forma, a consultoria linguística é algo simples assim, pois é idêntica a qualquer outro tipo de consultoria. A diferença é que seus consultores são conhecedores aprofundados da área de línguas, dos processos de ensino de aprendizagem, das abordagens de ensino, dos estilos cognitivos, das estratégias de aprendizagem, enfim, da ciência denominada Linguística Aplicada. A principal diferença do trabalho de um consultor de língua é que este tem como principal preocupação adequar seu projeto de trabalho ao resultado que precisa ser atingido pelo seu cliente, seja ele um profissional ou uma empresa.

Por isso, é importante ter em mente que muitos problemas do dia a dia de uma empresa ou de um profissional podem estar relacionados com o déficit de competência comunicativa, que abrange desde aspectos linguísticos relacionados à gramática, ao léxico e à semântica até aspectos extralinguísticos relacionados à questões pragmáticas, sociolinguísticas e culturais.  Sendo assim, ao invés de aceitar o senso comum de que aprender uma língua estrangeira é difícil ou “quase” impossível, reflita bem se o tipo de experiências com o aprendizado de línguas que teve em sua vida foram realmente direcionadas ao desenvolvimento de sua competência comunicativa.

            Um consultor linguístico bem preparado poderá, com certeza, encontrar a solução ideal para o seu problema

XXXII Semana do Tradutor: Faces da Tradução

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Ontem foi realizada a cerimônia de abertura da XXXII Semana do Tradutor do Ibilce, que se estende até esta sexta-feira, dia 28 de setembro. Compareci ao campus para prestigiar a abertura em que foram homenageados três dos meus ex-professores: Cristina Carneiro, Eli Bechara e Diva Camargo. Foi difícil conter a emoção de estar novamente sentado naquele auditório, hoje já reformado e moderno, e me lembrar da minha primeira Semana do Tradutor, a XV. É faz tempo, mas parece que foi ontem!

Para quem puder participar, recomendo, pois é um dos melhores eventos de tradução do Brasil e acontece todos os anos aqui em nossa cidade. Além de trazer palestras, mesas-redondas e oficinas sobre as diversas faces da tradução, a semana deste ano ainda conta com mini-cursos gerais e específicos em todas as línguas de formação do campus (inglês, francês, espanhol e italiano).

Aproveito para parabenizar toda a equipe organizadora deste evento, liderada pela presidente do corpo discente Raissa Aquino e coordenada pelas brilhantes professoras Adriane Orenha e Paula Paiva. Que todos os graduandos saibam aproveitar realmente esta oportunidade que lhes é dada de organizar um evento acadêmico e interagir com pesquisadores, professores e profissionais que são referencias na área em que irão se formar.

Hoje, já com muitos anos de formado, consigo perceber claramente a importância que ter me envolvido plenamente em todas estas atividades tem em minha vida profissional. Muitas das minhas principais habilidades profissionais utilizadas até hoje foram lapidadas neste tipo de oportunidade que a universidade oferece aos seus alunos.

Aproveitem e participem, pois temos aqui o melhor curso de tradução do Brasil.

FELIZ ANIVERSÁRIO, CCLi

Há exatamente 9 anos, decidi abrir um escritório de consultoria linguística na minha cidade natal, São José do Rio Preto. Hoje, contrariando todos os prognósticos da época – de que o negócio teria pouco potencial para a cidade e que a concorrência seria muito grande -, fico feliz em ver a empresa sólida, com uma equipe engajada e com planos muito ousados para o futuro.

O segredo do sucesso?!? Paixão, acima de tudo. Sei que pode parecer piegas falar sobre paixão nos negócios, mas, na minha experiência pessoal, foi o ingrediente primordial para criar uma empresa do nada, sem nenhum conhecimento formal sobre gestão e sem nenhum plano de negócios elaborado. É claro que só a paixão não torna um negócio um sucesso, mas, quando se é apaixonado pelo que se faz, o caminho árduo se torna mais prazeroso e a jornada rumo ao sucesso se torna um desafio constante. Além da paixão, claro, é necessário determinação, disciplina, coragem e, como digo sempre para minha equipe, muito foco, pois é muito fácil se perder nesse caminho ou deixar se seduzir por atalhos que se mostram sem saída.

A CCLi Consultoria Linguística nasceu de um ideal e de uma rebeldia. O ideal era trabalhar honestamente podendo levar aos alunos, principalmente, o que havia de mais recente nas teorias sobre ensino-aprendizagem de línguas. A rebeldia era não me conformar em ver tanto conhecimento interessante aprendido na universidade ser desperdiçado no mercado de trabalho de línguas existente na época. O ideal de fazer o melhor curso, de atingir os melhores resultados e de se entregar por inteiro aos projetos dos meus clientes se transformou na cultura de trabalho da empresa.

Parabéns, CCLi, pelos seus 9 anos! Você é uma empresa dinâmica e guerreira que mantém acesa em mim até hoje aquela chama da paixão e a vontade de me superar a cada dia no meu trabalho de dirigi-la e de transformá-la continuamente! Você me faz feliz!