A empresa de colocação profissional Catho divulgou nos resultados de sua pesquisa sobre o mercado de trabalho brasileiro que 75% dos profissionais não possuem nem o nível básico de inglês e que apenas 8% dos respondentes da pesquisa afirmam que falam inglês fluentemente. Apesar de termos este número realmente muito baixo de profissionais fluentes no mercado, é perceptível a grande preocupação que existe em “falar inglês fluentemente”, embora muitos nem saibam exatamente o que “falar fluentemente” significa. Muitos confundem o termo “fluente” com “proficiente”. Enfim, é possível ter um nível básico de inglês e mesmo assim conseguir falar fluentemente em todas as situações que este nível permite. Isso dependerá muito da abordagem de estudo que utilizar para aprender o idioma. Por isso, deixe os obstáculos de lado e procure seguir os passos abaixo para que possa falar inglês fluentemente.
1º passo: Entenda as 4 habilidades – Muitos estudantes ficam ansiosos para falar inglês logo, mas não sabem que, dentre as 4 habilidades que são ensinadas nas aulas de línguas, a habilidade de produção oral (falar) é a mais complexa. Uma aula deverá trabalhar todas as 4 habilidades (ler, escutar, escrever e falar) e o aluno desenvolverá estas competências ao longo do curso em ritmos e em graus de proficiência diferentes. Após um ano de estudo, é normal conseguir ler um texto mais difícil, mas não conseguir discutir o mesmo assunto com a mesma complexidade, por exemplo. No entanto, esta dificuldade não deve impedi-lo de realizar essa discussão de uma maneira mais simples, a princípio, dentro das limitações do nível em que desenvolveu a habilidade de falar. Entender que precisamos desenvolver as 4 habilidades e que elas possuem graus de complexidade distintos ajuda a controlar a ansiedade em falar logo da mesma forma que falaríamos em português e que acaba gerando desmotivação e desistência em tornar-se fluente.
2º passo: Entenda o “estresse comunicativo” – Existem certas condições que fazem com que “falar” se torne um momento bastante estressante. Ao falar, geralmente, não temos muito tempo para pensar (como temos quando escrevemos, por exemplo), nem a possibilidade de consultar nossas anotações e referências. Por isso, é importante buscar situações comunicativas em que seja possível reduzir um pouco esse “estresse” e sentir-se mais confortável para que possa praticar a oralidade com mais confiança.
3º passo: Foque no “uso” da língua em vez de focar na “forma” – Quando você conversa em português você fica pensando na conjugação do verbo no pretérito imperfeito antes de falar? Claro que não! Então por que ao falar em inglês quer saber exatamente a conjugação correta, a preposição certa, a ordem exata das palavras na frase? É muito comum ouvir os alunos dizerem que não conseguem falar inglês porque não conseguem “formar as frases”. Talvez seja exatamente esse enfoque excessivo em “formar as frases” que faça com que o processo não fique natural e que não consiga falar de verdade. Usar a língua é muito mais importante do que falar tudo certinho. Mesmo que no início fale com erros gramaticais e lexicais, à medida que for ganhando fluência e conforto no uso da língua será capaz de corrigir-se e aprimorar sua precisão linguística. Só não deixe que acabe ficando mudo em busca do desejo de falar perfeitamente. Arrisque-se.
4º passo: Pare de pensar em português – Estudos recentes de neurociência indicam que o processo cognitivo para a aprendizagem de línguas é extremamente complexo. Além disso, já se mapearam as áreas do cérebro que são utilizadas ao falarmos e sabe-se hoje que a área utilizada para armazenar as informações ao aprendermos uma língua estrangeira não é a mesma que utilizamos para armazenar nossa língua materna. Isso significa que ao aprender uma nova língua traduzindo tudo para o português ou ao ter que pensar em português antes de falar alguma coisa na língua estrangeira estará utilizando dois processos em vez de um só, sobrecarregando-se e tornando ainda mais difícil e complexa a tarefa. Por isso, tente associar o que aprende ao que já sabe na própria língua estrangeira e procure pensar diretamente na língua inglesa ao falar esta língua.
5º passo: Reconheça o seu filtro afetivo – Nossas emoções afetam nossa produção em língua estrangeira e nosso processo de aprendizagem. Realmente não poderia ser diferente e, embora pareça muito óbvio, a maioria dos alunos desconsidera este aspecto durante seu próprio processo de aprendizagem. Dentre as emoções que sentimos, podemos destacar 3 que podem ajudar bastante a falar fluentemente, caso consiga percebê-las e mantê-las em nível favorável à aprendizagem: motivação, autoconfiança e ansiedade. Quanto maior a motivação e a autoconfiança e mais baixa a ansiedade, melhor para o processo de produção oral de uma língua estrangeira.
Espero que esses passos simples possam ajudá-lo a entender um pouquinho sobre o processo de aprendizagem de línguas e auxiliá-lo nesta tarefa de se tornar um falante fluente em inglês. Fique à vontade para escrever se tiver dúvidas ou comentários.