O Poder do Hábito, de Charles Duhigg

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A leitura desse livro é muito gostosa e produtiva! Ele é repleto de exemplos e casos concretos que nos mostram como nossos hábitos funcionam e como podemos agir para tentar alterá-los e melhorarmos nossos comportamentos desejados. Embora eu, particularmente, seja mais a favor da filosofia e da psicanálise que do comportamentalismo, é difícil não reconhecer as vantagens que a abordagem proposta pelo autor pode trazer para o nosso cotidiano.

Abordarei especialmente minha visão sobre a aplicação da abordagem no ambiente empresarial utilizando, especialmente, o exemplo do próprio livro sobre a troca de presidentes na Alcoa, a maior empresa de alumínio do mundo. Segundo o livro, o novo presidente da empresa, no seu discurso de posse, não mencionou que seus objetivos fossem aumentar os lucros aos acionistas ou o faturamento da empresa, mas sim zelar, frente à empresa, pela segurança de seus trabalhadores nas plantas ao redor do mundo.

É claro que todos os acionistas presentes na cerimônia ficaram bastante confusos e incrédulos com o direcionamento do novo presidente. No entanto, o que ele estava fazendo era apenas o passo inicial para promover uma grande transformação cultural no ambiente da Alcoa. Para isso, ele apoderou-se da teoria da “loop do hábito” e escolheu um hábito que pudesse unir todos os níveis da empresa de forma unânime. Quem poderia ir contra a sua própria segurança? Quem poderia defender que essa preocupação não era verdadeiramente relevante? Enfim, o presidente conseguiu encontrar um ponto de partida único e relevante dentro do contexto para promover várias mudanças em busca de atingir esse desejo, colocando, assim, o loop do hábito em funcionamento. Mas o que é o loop do hábito?

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Segundo o autor, tudo começa com uma “deixa”, ou seja, um motivo que nos faz agir em busca de uma recompensa. Quando automatizamos esse loop, o hábito está instaurado e começamos a agir sem pensar. Esse mecanismo explica, por exemplo, porque muitos fumantes acendem um cigarro após tomar um café, por exemplo. Nesse caso, o café é a “deixa” para acender o cigarro (rotina) para receber a recompensa (prazer de fumar).

No caso da Alcoa, a segurança se tornou a recompensa. Logo, várias deixas foram começando a ser percebidas para que as rotinas da empresa se tornassem mais seguras e levassem à recompensa desejada. Nesse processo, por exemplo, o desperdício de material (alumínio líquido) diminuiu drasticamente já que qualquer respingo levaria ao ferimento do funcionário. Com a adesão de todos os trabalhadores, as mudanças foram mais fáceis e mais rápidas de serem implementadas, pois todos tinham o mesmo motivo e buscavam o mesmo comportamento para conseguir a desejada segurança. Esse seria um hábito transversal que, segundo o autor, é aquele que faz com que vários outros hábitos sejam revistos e alterados, pois têm o poder de impactar várias outras áreas em função da sua recompensa.

O resultado para a Alcoa? Nunca seus funcionários se sentiram tão felizes e importantes, já que todos agiam para preservar sua própria segurança. Como consequência, nunca a empresa foi tão lucrativa.

O livro é recheado de vários outros exemplos da vida cotidiana e também da vida corporativa e, por isso, é uma leitura recomendada. Importante refletir como um simples hábito pode levar à transformação de toda uma cultura e ter um impacto tão significativo em um resultado de uma corporação dessa magnitude.

Depois da leitura, fiquei instigado a encontrar qual seria o hábito transversal a ser aplicado e priorizado na minha própria empresa. Discutimos o assunto nas reuniões de liderança e nas reuniões de equipe e estamos começando a desenhar um projeto. Quando tivermos amadurecido o projeto e colhido os primeiros resultados da sua implantação, escreverei um post sobre esse processo. Aguardem!

Projeto Arte na Praça

ACIRP

Em maio do ano passado, recebi o honroso convite da presidente da ACIRP, Adriana Neves, para assumir a Diretoria Cultural da entidade. Nosso principal objetivo é defender os pilares da entidade e prestar serviços aos associados. Por isso, ao elaborar o plano de ação da Diretoria Cultural tinha a difícil missão de conseguir desenvolver um projeto que aliasse o desenvolvimento cultural às necessidades dos associados do comércio e que também ressaltasse a importância do setor cultural dentro das atividades econômicas da cidade.

Para cumprir esses objetivos, o Núcleo da Cultura da ACIRP se reuniu várias vezes no último semestre para desenvolver o projeto “Arte na Praça”, que acaba de ser aprovado pelo Ministério da Cultura para captar recursos por meio de incentivos fiscais da Lei Rouanet.

O projeto “Arte na Praça 2013” prevê a realização de evento artístico/cultural com intensa programação de espetáculos de teatro e dança, grupos e bandas musicais, apresentações circenses e folclóricas, intervenções artísticas, varal de poesia e feira de doação de livros e será realizado sempre aos segundos sábados de cada mês, nas Praças Rui Barbosa e Dom José Marcondes. O projeto irá ocupar a área central da cidade, local de preservação histórica e cultural, buscando intervir no cotidiano dos comerciantes, dos comerciários e dos consumidores que por lá transitam, oferecendo-lhes o acesso pleno e democrático à arte e à cultura.

Nosso cronograma prevê o início das atividades no próximo mês de julho, mas, para isso, é imprescindível que consigamos arrecadar pelo menos 20% do montante total do projeto para cumprir os requisitos legais para movimentação dos recursos financeiros captados. Para isso, toda a diretoria está se envolvendo para buscar apoio de empresas da nossa cidade e região que possam usufruir dos benefícios da Lei Rouanet para patrocinar o evento.

É importantíssimo conseguirmos reunir um número de empresas suficientes para financiar todo o projeto, pois, com isso, estaremos conseguindo impactar significativamente na revitalização da área central também do ponto de vista humano, ocupando o espaço público e gerando uma maior circulação no comércio local. Além disso, como serão priorizadas apresentações de artistas da nossa própria cidade, teremos uma injeção desses recursos na nossa própria economia, fazendo com que a roda gire e todos na cadeia sejam beneficiados, extrapolando o benefício direto ao cidadão que poderá contemplar as apresentações gratuitamente.

Por isso, conto com o apoio de todos para divulgarem o projeto e nos ajudarem a fazer contatos com potenciais apoiadores para que tenhamos, a partir de julho, mais uma realização da ACIRP para beneficiar seus associados e todos os cidadãos rio-pretenses.

 

Global Entrepreneurship Congress

Global Entrepreneurship Congress 2013, Rio de Janeiro

Global Entrepreneurship Congress 2013, Rio de Janeiro

No mês passado, foi realizado no Rio de Janeiro o Global Entrepreneurship Congress organizado pela Semana Global de Empreendedorismo, pela Kauffman Foundation e pela Endeavor Brasil. Participar deste evento foi uma ótima oportunidade para ampliar a visão de empreendedor e também perceber como o contexto social em que estamos inseridos pode potencializar ou amarrar a realização empreendedora dos seres humanos.

Um dos principais objetivos deste evento é, principalmente, criar um ambiente de troca de ideias e abordagens para fortalecer o crescimento econômico dos países envolvidos por meio de políticas e iniciativas favoráveis aos empreendedores. Por isso, houve painéis bastante políticos cobrando formas de o setor público auxiliar, ou pelo menos não atrapalhar, o desenvolvimento de empreendedores locais.

O alto nível de internacionalização do evento com delegados de vários países de todos os continentes faz com que o nível do debate e as soluções propostas sejam ímpares, pois mesmo contrastando realidades distintas, percebe-se que o impacto do empreendedorismo em qualquer país é importantíssimo para o seu desenvolvimento.

Muito se falou do Vale do Silício como modelo a ser seguido para desenvolvimento de polos empreendedores, pois o grande segredo que propulsionou o crescimento das empresas inovadoras naquela região dos EUA foi a facilidade de realizar trocas com outros empreendedores, facilidade de acesso a opiniões e capital para investimento em novas ideias. A teia disponível na região favorece empreendedores. A solução hoje, porém, não é simplesmente enviar bolsistas para a região para que retornem aos seus países com uma visão mais aprofundada, como foi amplamente feito na década passada, pois, além de muitos não retornarem, os que o fazem acabam não encontrando o ecossistema adequado para o desenvolvimento de ideias empreendedoras e acabam sofrendo as mesmas restrições e dificuldades enfrentadas antes. A melhor solução, acredito, é buscar uma união entre o setor público e o privado, assim como o terceiro setor, para que juntos possam criar esse ecossistema propício ao desenvolvimento de novas empresas que permite que um país possa trazer mais oportunidades para seu povo e desenvolver sua economia.

Participar do evento foi uma excelente oportunidade para ampliar os horizontes ao conversar com empreendedores de várias regiões do mundo e também para constatar mais uma vez como nosso país ainda é lento em estimular o desenvolvimento de políticas que levem ao empreendedorismo. Que nós, empreendedores e sociedade civil que apoiam a causa, nos unamos para exigir que esse tema entre no debate político a fim de que sejam possíveis melhores condições de competição internacional.

Small Giants Community

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Conheci a comunidade internacional Small Giants há exatamente dois anos. Posso dizer que foi amor à primeira vista! A oportunidade de conhecer este grupo foi intermediada por Raul Candeloro, que conheceu o grupo nos EUA e trouxe sua filosofia para o Brasil. Fazer parte deste grupo tem sido extremamente valioso para mim e tem feito com que o crescimento da minha empresa ocorra da maneira em que realmente acredito, desafiando alguns dogmas dos cânones da administração de empresas. Por isso, decidi por compartilhar esta experiência com todos.

O princípio fundamental do grupo é sua definição de sucesso. Para um pequeno gigante, sucesso não é medido apenas pelo balanço da empresa, ou seja, pelo lucro que ela gera, mas sim pela contribuição que esta empresa gera à sua comunidade, pela sua dedicação em oferecer um atendimento de excelência aos seus clientes e pela criação e preservação de uma cultura de trabalho de excelência também. Enfim, não é o que fazem, mas quem são!

Pode-se dizer que esta comunidade teve sua gênese com a publicação do livro Pequenos Gigantes: as armadilhas do crescimento empresarial (por quem soube escapar delas) do editor da revista Inc. Bo Burlingham lançado nos Estados Unidos em 2006 e publicado pela Editora Globo no Brasil em 2007. No livro, o autor descreve 6 características em comum nas empresas que ele analisa – características consideradas únicas e inspiradoras que compõe o chamado mojo:

  • Possuir líderes que sabem quem são, o que querem do seu negócio e porquê;
  • Ser altamente envolvida com a comunidade em que a empresa está inserida;
  • Manter uma relação próxima, com vínculos pessoais, com clientes e fornecedores;
  • Praticar uma cultura de intimidade, que se preocupa em “cuidar das pessoas na totalidade de suas vidas” e em compreender mutuamente as responsabilidades dos proprietários e dos colaboradores;
  • Possuir líderes que sejam verdadeiramente apaixonados pelo que fazem;
  • Ter um modelo de negócios sólido e preocupar-se em proteger suas margens.

Fundada em junho de 2009 pelo pequeno gigante, CEO da The Beryl Companies, Paul Spiegelman para divulgar, implementar e desenvolver o conceito de mojo nas empresas,  a comunidade busca atingir este objetivo ajudando a definir por meio de reflexões o que pode determinar o sucesso para líderes de pequenas empresas, promovendo fóruns para a construção de relações profissionais com outros empresários que também busquem mojo nas suas empresas e facilitando o acesso a treinamentos, materiais de estudo, conferências e visitas a empresas com a mesma filosofia. Desde 2011, organiza também o Small Giants Summit, um evento internacional com empresários de vários países que se reúnem para discutir e refletir sobre esta filosofia de negócios.

Tenho tido a oportunidade de me envolver plenamente com este grupo, que é extremamente aberto e receptivo a novos membros com as mesmas preocupações. Os eventos que a comunidade realiza são muito intimistas e seguem a filosofia de gerar mojo durante os dias em que ficamos reunidos. Tanto ano passado em Konstanz na Alemanha quanto neste ano em San Francisco nos Estados Unidos, pudemos ter contato direto não só com os fundadores e líderes da comunidade, mas também com suas famílias e com outros membros extremamente focados em desenvolver um lugar especial para se trabalhar e fazer negócios. Essa troca é riquíssima e seu valor inestimável.

Para receber a newsletter da Small Giants Community, basta se cadastrar em www.smallgiants.org. Por ser uma comunidade internacional, a língua oficial é o inglês. Portanto, se não for fluente no idioma, aproveite para conhecer melhor a proposta da CCLi Consultoria Linguística (www.cclinet.com.br) e desenvolva sua fluência com uma empresa que se esforça para ser uma autêntica pequena gigante!

Espero que se sintam tão inspirados quanto eu ao conhecer esta maravilhosa comunidade!

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Afinal, o que é consultoria linguística?

Recentemente, fui convidado pelo jornalista Fabiano Ferreira, editor da Revista Gente & Negócios, lançada em agosto em São José do Rio Preto, para ser o colunista da revista escrevendo sobre minha área de atuação. O desafio foi aceito e coloco aqui o artigo da edição de agosto!

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             Antes de começar a discutir propriamente sobre o que é consultoria linguística, gostaria de reforçar a satisfação que estou tendo com essa oportunidade aberta pela revista Gente & Negócios para escrever artigos que tragam informações importantes sobre a área de línguas para profissionais e para empresas. Espero, assim, poder contribuir ao trazer conhecimentos importantes sobre essa área pela qual sou apaixonado. Fique à vontade para interagir comigo por e-mail, dando sugestões e enviando dúvidas também.

O tema deste artigo é a pergunta que mais costumo ouvir no meu dia a dia: o que é consultoria linguística?Como fui pioneiro em trazer para a nossa região o conceito de consultoria na área de línguas, sinto-me na obrigação de explicar, sempre que possível, o que vem a ser isso exatamente.

Na verdade, é algo muito simples, apesar da sua complexidade de atuação.  Como em qualquer outra área, a consultoria linguística é uma profissão de ajuda. A pesquisadora Canutti define bem esse trabalho como sendo uma prestação de serviços, realizada por um profissional extremamente qualificado e conhecedor  do tema. Além disso, ela reforça que esse trabalho deve ser feito por meio de diagnósticos e processos para levantar as necessidades do cliente, identificar as soluções e recomendar ações.

O papel do consultor é, portanto, atingir o resultado em sua área de expertise por meio de uma outra pessoa. O consultor nunca é o foco do seu próprio trabalho, pois o papel dele é o de transformar processos e pessoas para que se tornem independentes dele. Sua formação deve ser bastante aprofundada na sua área de atuação para que possa fazer diagnósticos precisos e elaborar projetos eficazes para seus clientes.

Todo trabalho de consultoria possui suas etapas bem definidas e projetos adequados às especificidades de cada contexto. Dessa forma, a consultoria linguística é algo simples assim, pois é idêntica a qualquer outro tipo de consultoria. A diferença é que seus consultores são conhecedores aprofundados da área de línguas, dos processos de ensino de aprendizagem, das abordagens de ensino, dos estilos cognitivos, das estratégias de aprendizagem, enfim, da ciência denominada Linguística Aplicada. A principal diferença do trabalho de um consultor de língua é que este tem como principal preocupação adequar seu projeto de trabalho ao resultado que precisa ser atingido pelo seu cliente, seja ele um profissional ou uma empresa.

Por isso, é importante ter em mente que muitos problemas do dia a dia de uma empresa ou de um profissional podem estar relacionados com o déficit de competência comunicativa, que abrange desde aspectos linguísticos relacionados à gramática, ao léxico e à semântica até aspectos extralinguísticos relacionados à questões pragmáticas, sociolinguísticas e culturais.  Sendo assim, ao invés de aceitar o senso comum de que aprender uma língua estrangeira é difícil ou “quase” impossível, reflita bem se o tipo de experiências com o aprendizado de línguas que teve em sua vida foram realmente direcionadas ao desenvolvimento de sua competência comunicativa.

            Um consultor linguístico bem preparado poderá, com certeza, encontrar a solução ideal para o seu problema

FELIZ ANIVERSÁRIO, CCLi

Há exatamente 9 anos, decidi abrir um escritório de consultoria linguística na minha cidade natal, São José do Rio Preto. Hoje, contrariando todos os prognósticos da época – de que o negócio teria pouco potencial para a cidade e que a concorrência seria muito grande -, fico feliz em ver a empresa sólida, com uma equipe engajada e com planos muito ousados para o futuro.

O segredo do sucesso?!? Paixão, acima de tudo. Sei que pode parecer piegas falar sobre paixão nos negócios, mas, na minha experiência pessoal, foi o ingrediente primordial para criar uma empresa do nada, sem nenhum conhecimento formal sobre gestão e sem nenhum plano de negócios elaborado. É claro que só a paixão não torna um negócio um sucesso, mas, quando se é apaixonado pelo que se faz, o caminho árduo se torna mais prazeroso e a jornada rumo ao sucesso se torna um desafio constante. Além da paixão, claro, é necessário determinação, disciplina, coragem e, como digo sempre para minha equipe, muito foco, pois é muito fácil se perder nesse caminho ou deixar se seduzir por atalhos que se mostram sem saída.

A CCLi Consultoria Linguística nasceu de um ideal e de uma rebeldia. O ideal era trabalhar honestamente podendo levar aos alunos, principalmente, o que havia de mais recente nas teorias sobre ensino-aprendizagem de línguas. A rebeldia era não me conformar em ver tanto conhecimento interessante aprendido na universidade ser desperdiçado no mercado de trabalho de línguas existente na época. O ideal de fazer o melhor curso, de atingir os melhores resultados e de se entregar por inteiro aos projetos dos meus clientes se transformou na cultura de trabalho da empresa.

Parabéns, CCLi, pelos seus 9 anos! Você é uma empresa dinâmica e guerreira que mantém acesa em mim até hoje aquela chama da paixão e a vontade de me superar a cada dia no meu trabalho de dirigi-la e de transformá-la continuamente! Você me faz feliz!