Estratégias de Aprendizagem de Vocabulário: Introdução

No post anterior, tentei explicar um pouco sobre a diferença entre vocabulário ativo e passivo para que você pudesse entender um pouco sobre o processo de aprender vocabulário, que não é simplesmente automático, mas evolui à medida que se passa a ter contato com a língua e com as palavras que se está estudando.

Nada melhor, portanto, do que entender um pouco sobre as estratégias de aprendizagem e como elas podem auxiliá-lo no estudo do vocabulário, pois é inegável que as diferenças de uso de tais estratégias pelos alunos influenciam diretamente a sua aprendizagem. Da mesma forma que o professor pode auxiliar a aprendizagem, adotando estratégias de ensino adequadas aos seus objetivos, os alunos também podem otimizá-la, dependendo do uso que fazem de suas próprias estratégias.

Mas o que são “estratégias de aprendizagem”? A definição de que mais gosto é a utilizada pela linguista americana Rebecca Oxford que define estratégias de aprendizagem como “ações específicas realizadas pelo aprendiz para fazer sua aprendizagem mais fácil, mais rápida, mais agradável, mais auto-direcionada, mais efetiva e mais transferível para novas situações”.

Oxford divide as estratégias de aprendizagem em dois grandes grupos: as diretas e as indiretas. As estratégias diretas são aquelas, como o próprio nome diz, diretamente relacionadas ao processo de aprendizagem em si e são divididas em 3 categorias: estratégias de memória, estratégias cognitivas e estratégias de compensação. Já as estratégias indiretas são aquelas que auxiliam no processo de aprendizagem, mas que não estão circunscritas apenas ao processo de aprendizagem, envolvendo: estratégias metacognitivas, estratégias afetivas e estratégias sociais.

Tanto como consultor de língua inglesa, quanto como pesquisador em Linguística Aplicada, verifico que o desconhecimento das estratégias de aprendizagem por parte dos alunos faz com que eles não consigam empregar de maneira consciente e autônoma as estratégias disponíveis durante o seu estudo. Isso faz com que muitos tenham dificuldade de aprendizagem por se limitarem ao uso de uma única estratégia que, na maioria das vezes, é a tradução das palavras da língua estrangeira para o português.

Embora essa estratégia de tradução seja importante e possa ser utilizada, ela se torna um fator limitante da aprendizagem quando ela se torna a única estratégia, pois, em vez de ser empregada de maneira verdadeiramente estratégica quando traduzir a palavra seria realmente a melhor estratégia para aquele tipo de vocabulário, ela acaba sendo utilizada irrestritamente e faz com que o aluno só consiga reconhecer a língua estrangeiro pela sua própria língua. Todos que já estudaram uma língua e ficaram apenas traduzindo para conseguir aprender sabem como isso é realmente limitante, pois não ativa todos os recursos de aprendizagem que temos.

Com esta introdução, espero que tenha conseguido explicar um pouco sobre o que são essas estratégias de aprendizagem e de reforçar como podem ser importantes para a aprendizagem de línguas e, consequentemente, do vocabulário também. A seguir, passarei a detalhar cada uma das estratégias diretas e indiretas e a dar algumas dicas práticas para os estudantes utilizá-las em sala de aula! Acompanhe o próximo post!

Afinal, o que é consultoria linguística?

Recentemente, fui convidado pelo jornalista Fabiano Ferreira, editor da Revista Gente & Negócios, lançada em agosto em São José do Rio Preto, para ser o colunista da revista escrevendo sobre minha área de atuação. O desafio foi aceito e coloco aqui o artigo da edição de agosto!

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             Antes de começar a discutir propriamente sobre o que é consultoria linguística, gostaria de reforçar a satisfação que estou tendo com essa oportunidade aberta pela revista Gente & Negócios para escrever artigos que tragam informações importantes sobre a área de línguas para profissionais e para empresas. Espero, assim, poder contribuir ao trazer conhecimentos importantes sobre essa área pela qual sou apaixonado. Fique à vontade para interagir comigo por e-mail, dando sugestões e enviando dúvidas também.

O tema deste artigo é a pergunta que mais costumo ouvir no meu dia a dia: o que é consultoria linguística?Como fui pioneiro em trazer para a nossa região o conceito de consultoria na área de línguas, sinto-me na obrigação de explicar, sempre que possível, o que vem a ser isso exatamente.

Na verdade, é algo muito simples, apesar da sua complexidade de atuação.  Como em qualquer outra área, a consultoria linguística é uma profissão de ajuda. A pesquisadora Canutti define bem esse trabalho como sendo uma prestação de serviços, realizada por um profissional extremamente qualificado e conhecedor  do tema. Além disso, ela reforça que esse trabalho deve ser feito por meio de diagnósticos e processos para levantar as necessidades do cliente, identificar as soluções e recomendar ações.

O papel do consultor é, portanto, atingir o resultado em sua área de expertise por meio de uma outra pessoa. O consultor nunca é o foco do seu próprio trabalho, pois o papel dele é o de transformar processos e pessoas para que se tornem independentes dele. Sua formação deve ser bastante aprofundada na sua área de atuação para que possa fazer diagnósticos precisos e elaborar projetos eficazes para seus clientes.

Todo trabalho de consultoria possui suas etapas bem definidas e projetos adequados às especificidades de cada contexto. Dessa forma, a consultoria linguística é algo simples assim, pois é idêntica a qualquer outro tipo de consultoria. A diferença é que seus consultores são conhecedores aprofundados da área de línguas, dos processos de ensino de aprendizagem, das abordagens de ensino, dos estilos cognitivos, das estratégias de aprendizagem, enfim, da ciência denominada Linguística Aplicada. A principal diferença do trabalho de um consultor de língua é que este tem como principal preocupação adequar seu projeto de trabalho ao resultado que precisa ser atingido pelo seu cliente, seja ele um profissional ou uma empresa.

Por isso, é importante ter em mente que muitos problemas do dia a dia de uma empresa ou de um profissional podem estar relacionados com o déficit de competência comunicativa, que abrange desde aspectos linguísticos relacionados à gramática, ao léxico e à semântica até aspectos extralinguísticos relacionados à questões pragmáticas, sociolinguísticas e culturais.  Sendo assim, ao invés de aceitar o senso comum de que aprender uma língua estrangeira é difícil ou “quase” impossível, reflita bem se o tipo de experiências com o aprendizado de línguas que teve em sua vida foram realmente direcionadas ao desenvolvimento de sua competência comunicativa.

            Um consultor linguístico bem preparado poderá, com certeza, encontrar a solução ideal para o seu problema